domingo, 25 de novembro de 2012

Desde pequena,

... fui obrigada a conviver com a ausência do meu pai, que acreditava que o dinheiro que ele oferecia substituiria o carinho e a atenção que ele não dava. Com meus 7 anos eu quase perdi minha mãe, ela era meu porto seguro, e todos os dias era só nós duas lutando contra a doença que ela tinha. Até que enfim ela se curou depois de mais de 2 anos. E quando isso aconteceu, perdi aquele que eu considerava meu herói, aquele que fazia o papel de pai, que me dava atenção carinho, e eu me sentia feliz e segura quando ele estava perto. Foi o maior choque da minha vida. E eu continuei batalhando. Tentei me reerguer. Quando eu fiz 15 anos (dizem que é a idade mais bonita pra menina) meus pais enfim se separaram. Eu me sentia culpada por inúmeros motivos, inclusive por não conseguir ser motivo suficiente pra que eles permanecessem juntos. Enfim, a minha família destruiu. E eu passei esse tempo inteiro buscando alguém que entrasse na minha vida e que me fizesse bem. E desde os meus 16 anos e meio venho tendo uma série de decepções. Um noivado que pra mim era uma válvula de escape daquele pesadelo todo se tornou um pesadelo ainda maior. Um outro relacionamento que a balança era equilibrada entre a vontade de insistir (eu era feliz em certos momentos) e o medo de ser sacaneada outras vezes. Até que o lado ruim acabou por vencer o lado bom. Grandes amigos, que eu considerava como irmãos se afastaram de mim, como se eu fosse um monstro. Depois disso conheci alguns caras que são os recordistas em ser cara de pau, que são tão sacanas que não valem nem um centavo furado. Enfim, conheci alguém que, olhando pra pessoa, eu me vejo. Mas, como sempre, a minha chance de ser feliz e retribuir isso me foi arrancada, pelo simples fato de a pessoa não se permitir uma nova chance.
Paro e penso: será que é tão difícil as pessoas se darem chances? É tão ruim assim ser feliz e fazer alguém feliz? Todo mundo tem chances. Por que as pessoas não me dão essa chance?
Com tudo que aconteceu na minha vida, com todos os fracassos, perdas e decepções, eu olhei pra minha imagem no espelho e vi que a única pessoa que vai querer o melhor pra mim sou eu mesma. E se eu não batalhar por mim, pelo o que eu quero, quem vai? Só que sou o tipo de pessoa que não consegue ser feliz sozinha. Eu percebi que não são os opostos que se atraem, e sim, as pessoas que tem muito em comum tem muito mais chance de dar certo, basta que se permitam isso. Eu nunca desisti das minhas batalhas, mas tem hora que a cruz me parece tão pesada, que penso sim em desistir. Quem nunca pensou que atire a primeira pedra. Eu não tenho tantos amigos como eu pensava, muitos me decepcionaram, e alguns outros são tão indiferentes a minha existência, e assim prefiro me manter longe. Eu eu passei a minha vida inteira buscando alguém que corresse os riscos pra ficar ao meu lado, que segurasse a minha mão e me ajudasse a superar todos os meus medos, e eu faria isso de volta. Relacionamentos, seja qual for, são feito a base de troca sim. "Eu te faço feliz e você faz o mesmo". E foi só isso que quis a minha vida inteira. ALGUÉM. Alguém do meu lado, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, nos dias ensolarados e nas madrugadas chuvosas. É pedir demais? É querer demais ser feliz?

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